Forças de reprodução. O ecofeminismo socialista e a luta para desfazer o Antropoceno

Barca, S. (2020): “Forças de reprodução. O ecofeminismo socialista e a luta para desfazer o Antropoceno”, e-cadernos CESm, nº 34, p. 25-45.

O artigo parte do pressuposto de que a crise ecológica planetária (o chamado Antropoceno) está relacionada com um rearranjo radical das interações entre a sociedade e a biosfera, gerado pela modernidade capitalista/industrial. Esta última considera as “forças de produção” (ciência e tecnologia industrial) como o principal fator de progresso e bem-estar, ao mesmo tempo que considera a reprodução (tanto humana como não-humana) enquanto um instrumento passivo para a produção e a expansão infinita do Produto Interno Bruto. Neste artigo argumenta-se que uma política ecossocialista necessita, ao invés, de reconhecer a relevância das “forças de reprodução” – entendidas enquanto trabalho de subsistência, reprodução, regeneração, restauração e cuidado. Fundamenta-se o argumento numa abordagem que integra materialismo histórico e pensamento ecofeminista, e que oferece ferramentas teóricas para desfazer o Antropoceno e construir uma alternativa ecossocialista.